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quinta-feira, 29 de julho de 2010

SOLIDÃO COMO DOENÇA PRIVATIZADORA DA FELICIDADE D´ALMA HUMANA

Na vida é muito importante reconhecer e valorizar tudo o que faz parte da nossa experiência, porque praticamente não há nenhuma experiência que é completamente inútil. Esta claro a fragilidade da nossa natureza humana, então não será surpreendente notarmos os fracassos e sucessos que tivemos ou mesmo os grandes sonhos que realizamos assim como os grandes erros que nós marcamos na historia da nossa vida. Só para mostrar que na verdade todas experiencias que nós tivemos no curso da nossa vida, independentemente de ser boa ou má tem algo importante que deve ser considerado no processo do nosso desenvolvimento. Ser preso seja justamente ou inocentemente é uma das experiencias que é considerado negativo, mas ela também pode ser aproveitosa. Lembro me de um senhor moçambicano na cidade de maputo que esteve na prisão durante o tempo de guerra, ele viveu grandes dificulade, mas ele também notou que foi uma das oportunidades que lhe favoreceu aprender linguas em especial a lingua Inglesa; um outro senhor reconheceu a mesma experiencia como oportunidade atraves do qual ele se livrou de alguns vícios e que ele nem pensava que um dia chegaria a se livrar de tais vicios, a vida prisioneira deu a esta oportunidade que ele nem imaginava. Contudo há quem diz que os erros e culpas devem ser esquecidos para somente lembrar aquilo que constitui de experiência elogiável da nossa vida. Mas essa idéia é traidora, nós não devemos esquecer completamente os nossos erros e nem os sucessos, mas também ao recordarmos não devemos ser escravos nem dos nossos sucessos e nem dos nossos erros.
Um dos nossos grandes desafios na nossa vida é a realização da felicidade ou a plena satisfação que centra na busca de sentido da vida. É reconhecido que o agir do homem está baseada na sua natureza que é carente, necessitada e incompleta, por isso; ele age para alcançar a máxima satisfação da sua vida. Então constitui a função fundamental do ser humano desafiar pela melhoria da sua vida para alcançar a plena satisfação da mesma. Mas o mais preocupante é que nesse mundo não há nada que possa dar a plena satisfação ao ser humano. É por isso que os sentimentos de solidão, desilusão, frustração, desespero e falta de compreensão do sentido da vida, constituem doenças da alma que todo ser humano vive, independentemente de ser rico ou pobre. Muitas pessoas pensam que são os órfãos, os idosos, os abandonados e crianças da rua é que são verdadeiros vitimas da solidão, mas a verdade é que todos os seres humanos são vitimas de sentimentos psicológicos acima mencionados.
Muitos acreditam que as pessoas quietas ou introvertidas têm um grande risco de viver depressão, ou mesmo frustração, mas na verdade isso depende de natureza da pessoa, porque a livre vontade de libertar as emoções ou viver felicidade não tem nada haver com a liberdade da expressão ou a facilidade de abertura na expressão dos sentimentos. Eu conheci muitos amigos que sempre pareciam serem pessoas mais felizes que eu, eram muito eloqüentes, muito livre em se expressar os seus sentimentos perante os outros, mas mesmo assim, eles eram vitimas de solidão muito mais quando se encontrassem num ambiente isolado dos outros. A partir dessa experiência; cheguei a conclusão de que não adianta julgar a felicidade de uma pessoa pela sua aparência e nem pela sua manifestação que ela revela perante os outros. Isto porque, a nossa verdadeira felicidade parte na alma, isto quer dizer não é o meu encontro com a minha namorada, nem a boa casa que tenho, e nem o poder que eu tenho dentro da sociedade ou do país em geral que vai ou pode garantir-me a minha felicidade, mas sim a minha convicção de ser feliz baseado na minha alma. Neste caso, a verdadeira e duradoura felicidade humana, parte na alma na base do espírito de se libertar das perturbações, como a inveja, ódio, frustração, desilusão, desespero, ambição, desprezo aos outros e assim para diante; concentrando se somente no amor pela vida e a fidelidade pela verdade.Na maioria dos casos a solidão se levanta dentro da alma humana devido a falta de dinamismo nos pensamentos, sentimentos, permanência constante num determinado ambiente, constância do ritmo do trabalho e assim para diante. Neste caso se a pessoa sofre de solidão é aconselhável que ela mude do ambiente, tipos de pensamentos e o ritmo do trabalho ou actividade de qualquer natureza, pode ser dentro de uma hora ou um dia completo. E é melhor que pessoa tenha na mente que a solidão, frustração, angústias, sentimento de falta de sentido da vida e crise da identidade são as dificuldades que sempre estão presente dentro dos seres humanos, e ninguém pode morrer por causa de tais sentimentos porque são momentâneo e de natureza inconsciente, para tal o meio aconselhável é não aceitar ser domina por tais sentimentos. A realização da introspecção e exercicios de autoconhecimento socrático garantem o control de tais sentimentos; porque os tais exercicios estão fundamentalmente baseada na descoberta de meios morais que possam garantir a paz e harmonia nas relações humanas e ajuda também a compreender as realidades que compõem o ser humano. Muitos nos aconselham para sermos feliz, mas a questão não é a felicidade, mas sim a razão da nossa felicidade; nós não podemos desafiar em sermos livres, mas devemos desafiar em conhecer a razão e a base da nossa felicidade. Nós devemos procurar entender o que nos garante a felicidade e qual é a sua base. Normalmente, nós vivemos muitos problemas e dificuldades psicológicos criados por nós mesmos e dificilmente reconhecemos as origens deles. Se não bastasse, nós somos viciados de reclamações e queixas de muitos problemas acerca dos outros e às vezes de nós mesmos, e devido a isso falhamos de distinguir de que existem outras coisas ou dificuldades que nem precisam de nos queixar acerca delas; porque as suas soluções podem ser encontradas no interior do nosso ser, tendo como base o desafio individual. O Anselmo em referencia das idéias do Evágrio diz-nos que devemos observar atentamente os nossos pensamentos, interesses, e sentimentos, e as suas leis; neste caso se um homem deseja conhecer na base da sua própria experiência, os demônios que pretendem familiarizar se com a sua realidade deve ter atenção e observar bem os seus sentimentos e pensamentos. Ele deve procurar entender quando e como os demônios iniciam a se manifestar dentro da sua memória ou mesmo no seu coração. E dentre os tais demônios qual deles que prevalece mais no seu ser do dia a dia e daí procurar como evitar... é com essa iniciativa que nós seremos cientes em relação os tipos de dificuldades ou problemas que podemos nos queixar ou pedir soluções a partir dos outros; assim como os que necessitam soluções que partem dentro de nós mesmos. Falando na base da realidade desse mundo eu credito que sem vida não há sofrimentos e nem problemas isto quer dizer qualquer ser humano que existe nesse mundo é vitima de sofrimentos de qualquer natureza, dependo da realidade da vida dele. Uma das realidades que descobri neste mundo é que não existe nenhuma forma de viver que possa ser considerado como autentica ou que garante a plena satisfação ao ser humano. Os casais por exemple; no princípio manifestam a felicidade, mas com passar do tempo eles vão encontrando as dificuldades que constitui o resultado da escolha daquela forma de vida. No curso da vida deles vão vivendo desesperos, solidão, desconfiança, duvidosos das escolhas, até que duvidam a promessa do amor que eles fizeram para chegarem à conclusão de se casarem, e devido estes dificuldades; muitos terminam no divórcio. Ao meu ponto de vista nesse problema as pessoas que pretendem casar devem ter na mente de que onde existe mais de duas pessoas existem diferentes formas de pensar, sentir e mesmo os interesses. E para que eles vivam em paz e harmonia devem procurar harmonizar as diferenças que existem no meio deles; isto quer dizer no meio deles ninguém deve se sentir excluído em exercitar os seus direitos, sentimentos, e sua liberdade; e também ninguém deve procurar dominar o outro; eles devem desafiar pela busca de realidades que possa garantir a satisfação e harmonia das relações deles. Está salientado na imitação do cristo de que vencermo-nos a nós mesmos, tornarmos cada dia mais fortes e fazermos um progresso pela realização do bem, é o que deve ser o nosso empenho preponderante. Praticamente, este é o desafio e dever para todo ser humano, de acordo com o seu estilo da vida pode ser político, religioso, ou quer outra realidade social enquadrada na esfera humana. Neste caso uma boa vida pode ser alcançada quando temos uma convicção autentica pela realização desta dita forma de viver, isto quer dizer quanto mais desafiamos pelo alcance duma vida boa teremos uma alta oportunidade de ocupar um determinado nível na escala de valores que garantem o bem estar humano. O Jacques Martain em referencia ao Platão considera boa vida aquela que ocupa um determinado lugar na escala de valores.
Em relação à solidão, como salientei inicialmente de que essa dificuldade é vivida por todo ser humano, mas a verdade é que varia consoante o estado da pessoa. Por exemplo, ser solteiro por causa de missão de sacerdócio não se pode comparar com uma pessoa que optou ser solteiro por uma livre vontade dele/a. Como já temos visto muitas das vezes das queixas dos crentes ou sociedade em geral que um sacerdote ou irmã tem esposa/o ou mesmo filhos isso porque a dita pessoa não tinha desejo de ser solteiro, mas queria exercer a missão em si; então sendo celibato um dos requisitos ela tinha que fingir em acreditar como requisito e somente no sentido passaporte. Praticamente existem muitos que estão nessa linhagem e são na maioria os que vivem uma grande solidão, muito mais quando estão isolados dos outros, eles não têm a iniciativa de viver a satisfação dentro das almas deles, e como resultado sofrem a solidão constantemente, eles só podem encontrar ou viver a felicidade quando estão no meio dos outros. Aqui a questão preocupante é de interpretar o celibato como a causa fundamental da solidão, e não como o problema humano que todo ser humano pode viver dependendo da realidade do seu ambiente, é real que ser solteiro pode ser um dos elementos que favorece o sentimento de solidão, mas não é a fonte da solidão porque se assim fosse os casados não teriam os sentimentos da solidão.
Em relação a isso lembro a nossa professora de lingua italiana ter nos falado de que a situação de solidão era notável nos conventos onde eram específicos para os velhos sacerdotes na Itália, eles só deveria se manifestar a felicidade na presença de visitantes, e caso não haja visitantes eles se envolviam no álcool como meio de se livrar da solidão. De toda maneira a solidão é mais critico nos solteiros não convictos, os que optaram viver celibato por ser um dos requisitos da missão que eles sempre sonhavam de exercer, como conseqüência são sempre vitimas de solidão. Mas este não deveria ser problema nenhum, se eles decidissem viver o celibato na base de convicção deles, como nós temos visto para o caso de muitas pessoas que decidiram viver o celibato não por causa de uma determinada missão, mas por uma simples e livre vontade de viver o celibato. Então alguém perguntaria será que essas pessoas não vivem a solidão? A verdade é que eles vivem também a solidão, mas não consideram ser solteiro como fonte de origem de tal sentimento hamano, o John Powell na sua referencia da idéia do Epíteto disse que it is not your problems that are bothering you. It is the way that you are looking at them. ( quer dizer não é o problema ( de solidão neste caso) que perturba, mas sim o modo de ver ou entender a realidade de tal problema).
Contudo o problema de solidão, em outras circunstâncias pode se levantar na base da falta da auto-estima, com falta de auto-estima; com muita facilidade nos colocamos na lista dos inúteis em relação os nossos sentimentos com os outros, e devido a tal convicção, com muito fácilidade concluímos que ninguém da nos valores seja dentro do grupo ou sociedade para tal não servimos para nada. Mas nós devemos ter em consideração de que se pertencemos num grupo é porque temos a nossa identidade individual e é a partir do qual que nós revelamos a nossa realidade de ser o elemento desse ou aquele dado grupo, porque o grupo em si sem os indivíduos não deveria ser feita. É real que nos grupos na maioria dos casos tem havido tendências de excluir os outros, porque são fracos ou atrasados, não ativos e assim para diante. Mas; o mais interessante é que quando o mais fraco, atrasado, tem uma habilidade de fazer algo que grupo necessita a valorização da presença daquele individual pelos membros do grupo tem sido notável, simplesmente porque tem algo a se realizado, e a dita pessoa é que possui habilidades de fazer a dita coisa no seu sentido expectativo.
Por outro lado; o que é preocupante é que nós lemos escrituras e outros livros que nos aconselham valorizar os outros, mas mesmo assim dificilmente valorizamos, somos alertados de que não podemos utilizar as nossas habilidades para desvalorizar os outros que não possuem tais habilidades, mas mesmo assim utilizamos as nossas forças, as nossas habilidades, o nosso poder para humilhar e ofender os outros, mas pela expectativa nós não podíamos ser ignorantes da realidade humana e os seus valores a este nível.
O que é aconselhável para nós que somos vitimas de humilhação e ofensas, sejam eles físicas assim como espirituais ou mesmo morais não podemos perder a coragem na esperança pela vida da paz e harmonia. E esta esperança pode ser realizada, se nós tivermos uma iniciativa baseada na paciência em desafiar contra essas injustiças que muitas pessoas manifestam contra os outros. Nós não podemos aceitar perder os nossos direitos e valores que temos pela virtude da nossa vida, somente porque somos desvalorizados pelos outros. É o nosso dever tentar ao máximo na busca de virtudes que garantem a paz e harmonia, e a convicção de valorização de diretos e valores que cada um de nós porta pela virtude da nossa vida humana. Não podemos procurar conduzir a vida dos outros na desilusão, desespero, frustração e solidão, mas sim vamos procurar revelar o sentido e a verdade da vida aos que caíram na desilusão, solidão, desespero e assim para diante.
Por ultimo eu saliento que na vida nós temos muitos problemas, e como antecipei dizer que sem vida não há sofrimento e sem sofrimentos não haverá nenhuma vida neste mundo, para tal não há nenhuma razão de perdemos a esperança na vida por causa de qualquer problema ou sofrimento. A verdade é que, falando humanamente não há nenhuma plena satisfação neste mundo, isto quer dizer enquanto vivos podemos ser ofendidos e humilhados pelos aqueles que nós consideramos que nos amam, pelos nossos familiares, amigos assim como os nossos inimigos, mas esta não pode ser a razão de perdermos a esperança pela vida caindo na desilusão ou solidão. E todos somos chamados na luta de busca amor pela vida, paz, harmonia e unidade.


atanasio1984@yahoo.com

[1] Anselmo Grun, O Céu começa com você: A sabedoria dos padres do deserto para hoje.(São Paulo, Câmara brasileira do livro,2004)67

[2] Paulo Lotufo, Sabedoria Universal( São Paulo: Brasipal Ltd, 1964)139.

[3] Jacques Martain , Filosofia Moral: Exame Histórico e Critico dos grandes systemas.(Rio de Janeiro: Livraria agir, 1964)43

[4] John Powell, The Christian Vision: The truth that sets us free (New York: A division of DLM, Inc. 1984) 6



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