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domingo, 15 de julho de 2012

HISTORIA DA ARQUEOLOGIA


                                     1- INTRODUÇÃO[1]
    
     Este trabalho tem como objectivo de buscar perceber a origem e o processo evolutivo dos estudos arqueológicos. A nossa investigação também colocará em consideração as disciplinas auxiliares que contribuíram e acompanharam todo processo de desenvolvimento do pensamento arqueológico ao longo da sua história. Por ser um trabalho destinado a ser realizado num período de tempo limitado, as nossas análises serão apresentados de uma forma sintética. Uma das questões que colocaremos em evidência dentro desta investigação, é o destaque dos elementos que garantiram afirmação e padronização do carácter científico  dos estudos arqueológicos.
     Por outro lado, reconhecemos que, se trata de um tema mais complexo, para tal a nossa promessa de apresentar as nossas análises de uma forma sintética, pode garantir o alcance do nosso objectivo, mas  também podemos  correr o risco de nos limitar numa única perspectiva do assunto; desviando-se daquilo que nós traçamos  como a base da nossa investigação. Contudo, o nosso esforço buscará garantir que as nossas análises centrem especificamente na origem e evolução do carácter científico da arqueologia. Antes de entramos em profundos detalhes buscaremos definir arqueologia de uma forma sucinta, esta iniciativa orientar-nos-á para uma melhor compreensão do objecto do nosso estudo.
                       2- A DEFINIÇÃO DA ARQUEOLOGIA
       Arqueologia é uma ciência social, que tem como objectivo de estudar o passado mais remoto do homem, na base dos seus vestígios.  O termo arqueologia foi usado pela primeira vez por Platão, em referência da ciência de uma ciência que tem como objectivo o estudo da antiguidade.  Os primeiros, avanços em tentar analisar os objectos antigos aparecem no século XVII e no século XVIII (1733) cria-se na Inglaterra Society of the Dilettanti com a finalidade de desenvolvimento dos primeiros estudos de gênero arqueológico.[2] É relevante salientar que a palavra Arqueologia é de origem grega, e ela é composta por duas palavras que são archaios que significa antigo e logos que significa palavra ou mesmo ciência. O papa clemente VIII é uma das pessoas que contribuiu no processo de desenvolvimento das investigações arqueológicas, especialmente pelo sua obra conhecida por Metallotheca que foi publicado em 1717.  Nesta obra ele afirmaou que primitive Stone implements were man-made and not supernatural therefore, there is a need of studying them[3]. Os pensamentos presente nesta obra, influenciou muito nas idéias  dos escritores arqueológicos de origem francesa. Em geral, torna importante perceber que a história da arqueologia está associada à história dos grandes descobrimentos das cidades submersas em cinzas vulcânicas, Pompeia em Itália, as cidades perdidas dos Maias no México, as pinturas de Lascaux em França e assim para diante;  neste sentido, Arqueologia tenta descrever o modo de vida das diversas comunidades humanas no espaço, no tempo e a sua respectiva evolução, esclarecendo os aspectos da cultura material e da vida espiritual. [4] Esta afirmação, fortifica a visão de que, classification and chronological ordering of ancient artifacts and monuments are among de fundamental principles of archaeological studies (Daniel 1981:51).  Contudo, arqueologia assim como as outras disciplinas sofreu o processo de evolução, uma realidade que pode ser notável ao longo da  historia da sua existência. E é por esta razão que arqueologia tem a sua própria  história, que descreve de uma forma objectiva o seu processo evolutivo.
                                        EVOLUÇÃO DA ARQUEOLOGIA
          Quando falamos da evolução da arqueologia, as nossas análises centram-se na evolução do seu pensamento, quer dizer o progresso dos pensamentos arqueológicos efectuado  pelo homem por meio das suas técnicas metodológicas que afirmaram a natureza científica da arqueologia. Portanto, a natureza das fontes que servem como bases da arqueologia, também contribuíram muito para que ela cria-se as suas próprias técnicas de investigação e explicando melhor determinadas coisas do passado do que a própria História,  que se baseia nas fontes escritas.[5] Nesta perspectiva compreendemos que o que é novo na dimensão arqueológica é a consciência de métodos adequados que são aplicados nos estudos arqueológicos para obter informações relevantes sobre o passado, e de uma maneira especial da pré-história. Deste modo, a história da arqueologia em si é a mais antiga, do que a história do desenvolvimento dos seus métodos de investigação, da aplicação de idéias e de análises de questões.[6] Ao reflectirmos a questão do método, é importante salientar que, Aristóteles forneceu as bases de classificação metódica no campo dos conhecimentos arqueológicos (Frédéric 1980:28).[7]  Antes de entrarmos em profundos detalhes em relação os pensamentos que orientaram o processo de desenvolvimento dos conhecimentos arqueológicos, apresentaremos um breve historial das fases que compreendem o processo evolutivo da história da arqueologia.  No período da antiguidade, nós podemos destacar os nomes de alguns autores que se preocuparam muito com os assuntos arqueológicos, dentre os quais encontramos Homero (séc. IX a.C.), escritor grego; Hesíodo, escritor grego (800 a.C.); Nobonitus, rei da Babilónia (555 a 539 a.C.); Estrabão na Geografia e Xenofonte (429-355 a.C.); Platão (séc.V), filósofo grego; Tucídies (470-401 a.C.); Heródoto (séc.V a.C.) historiador grego;  Pausânias, um “antigo grego”; Vitrúvio (séc. I d.C.), arquitecto e engenheiro romano; Plínio-o-Velho (séc. I d.C) estes são pensadores que se interessaram nos conhecimentos arqueológicos no período da antiguidade.
      Por outro lado, na idade média nós encontramos outros autores que se preocuparam com os conhecimentos arqueológicos dentre os quais destacamos Heráclio (séc. X); Teófilo (séc. XII); Cola di Rienzo (1310-1354); Filippo Villani (séc. XIV); Lorenzo Ghiberti (1380-1455) escultor italiano; Ciríaco de Ancona (1391-1452), mercador; Marco Polo (Séc. XV) mercador, esses são principais autores do pensamento arqueológico da idade média.
      Idade moderna foi o período marcado pelo poder do pensamento racional, a razão tornou-se a base do julgamento de todas  as realidades. Com a revolução cientifica que se verificou oficialmente a partir do século XVI a XVIII, nota-se os primeiros passos notáveis do novo saber da Europa, trazido pelo Renascimento, e com isso, formaram-se os primeiros “gabinetes de curiosidades” realizados por príncipes e pessoas requintadas. Nestes gabinetes, os artefactos antigos e singulares estavam colocados de forma desordenada ao lado de minerais exóticos e de toda a classe de espécies ilustrativos o que se designava de “história natural”.[8] Os investigadores tais como o inglês William Stukeley (1687-1765) realizaram diversos estudos sobre os monumentos e algumas das metodologias usadas neste dado período estão sendo usadas até aos dias de hoje. Lembrar que, por volta de 1675, foi efectuada a primeira escavação arqueológica no Novo Mundo, escavou-se um túnel em direcção a Pirâmide da Lua de Teotihuacan, este iniciativa foi dirigida por Carlos de Siguenza e Góngora. O período do século XVIII é classificado como sendo a fase de grande evasão de teorias e publicações que eram apresentadas de forma desorganizada e com muitas lacunas.[9] Por outro lado, é importante reconhecer que todos esses trabalhos realizados na dimensão arqueológica nesta determinada fase tinha como objectivo demonstrar a grande qualidade que estava presente na antiga arte, sendo assim ela deveria ser estudada e imitada. Até esta fase arqueologia estava associado com o termo antiquário. Foi também nesta fase que se realizou a primeira escavação científica algo que se atribuiu ao presidente dos Estados Unidos da America, Thomas de Jefferson (1743-1826).[10] Em conexão com isso, nós notamos que foi neste determinado período que se realizou uma das primeiras expedições entre 1789-1800, este foi de carácter verdadeiramente científico, esta expedição foi representada pela viagem do Napoleão ao Egipto.  E em 1799, um dos seus soldados foi responsável pela descoberta da Pedra Roseta.[11] É relevante reconhecer que nesta faze houve também vários autores dedicados na área dos conhecimentos arqueológicos, alguns deles são: Leonardo de Vinci (1452-1519); Ciriano de Acône; Giorgio Vasari (1511-1575); Gruther (1511-1627); Nicolas Claudes de Fabri; Johann Joachim Winkelmann (1717-1768) bibliotecário do Vaticano que é considerado também como o pai da arqueologia e outros.
          Nesta fase vamos analisar a realidade da Arqueologia entre os séculos XIX e XX.  Confirma se de que até no século XIX  arqueologia não tinha ganhado o estatuto de uma disciplina. Nesta fase percebemos que com aparecimento de geologia como ciência, arqueologia somou uma serie de contributos para o seu desenvolvimento.  A teoria da terra do ano 1785 inventado por geólogo escocês James Hutton (1726-1785) facilitou a investigação da estratificação das rochas, por meio do qual ele aplicou também os princípios em que deveriam assentar as bases da escavação arqueológica que anteriormente tinham sido apresentado por Jefferson. Hutton por meio das suas investigações, descobriu que a estratificação das rochas resultava de processos que   seguiam os mares, rios e lagos. É desta forma que surge o principio de uniformismo na dimensão arqueológica.[12] Em relação uniformismo, nós podemos destacar outros tipos de princípios que orientaram o conhecimento arqueológico, no caso de essencialism, actualism, and directionism (Daniel 1981:37).[13] Esses princípios explicam se da seguinte maneira:
        Essentialism/typical thinking- this was first applied to the studies of archaeological monuments. The systematic classification of artifacts employing the type and concept begun only with Thomson, and depended upon the recognition of artifacts for what they were objective description from this, the   Aristotelian conception of essences and transmutation were abandoned.[14]
       Actualism – tacit acceptance of the validity of ethnographic comparison lay behind of identification of artifacts as tools, deductive arguments for the existence of stone, bronze and iron technological stage, and conjectures on the customs and institutions of early people.[15]
     Directionalism belief in an underflying past directional pattern to change in the human was necessary for the chronological ordering of the prehistoric past by successive technological stages.[16]
      Por outro lado, é relevante perceber que é importante ter sempre em conta, que cada visão do passado é fruto da sua própria época e que as ideias, teorias e métodos estão em permanente evolução. Quando se descobre a actual metodologia do estudo arqueológico, apenas se está a referir dentro de um ponto de uma trajectória de evolução. No decorrer de algumas épocas ou de poucos anos, os métodos utilizados serão considerados fora de moda e de lugar. Esta é a verdadeira essência da arqueologia como ciência arqueológica.[17]  
                         CIÊNCIAS AUXIALIARES DA ARQUEOLOGIA
      As nossas analises nessa dimensão, baseiam-se nas reflexões presente no texto de apoio elaborado professor Madiquida, onde consta que as ciências auxiliares da arqueologia podem ser classificadas em três perspectivas que são técnica, histórica e artística.
     Ciências históricas: nesta dimensão destacamos as seguintes disciplinas, História, Paleografia, Epigrafia, Toponomia, Onomástica, Numismática, Cronologa, Esfragística, Heráldica, Genealogia, Criptografia, e Linguistica.
     Ciências Tecnológicas: as ciências tecnológicas que auxiliam os estudos arqueológicas são Fografia, Física nuclear, Química, Matemática, Biologia Humana, Geologia, Zoologia e Botânica.  Na dimensão das ciências artísticas, notamos que os conhecimentos artísticos podem contribuir para a compreensão do comportamento de uma sociedade desaparecida. As técnicas de arquitetura, escultura, pintura, gravura, desenho, cerâmica, tecelagem tapeçaria, adornos devem ser identificados com o carácter de conhecimentos estéticos.[18]
     Os estudos arqueológicos actuais, segue uma nova dinâmica diferente daquela que definiu a natureza da arqueologia nos anos anteriores. Podemos perceber melhor esta afirmação a partir da idéia de que today the development of new scientific perspectives including Marxism is shifting the scope of archaeology from reconstruction to explanation, from historical peculiarities to scientific and evolutionary regularities, from national archaeology to world archaeology. So all these changes bring scientific challenges and also, adds new possibilities in relation to the functions of archaeologists within the societies (Daniel 1981:37).
                                         Conclusão
     Até a este ponto torna relevante concluirmos que arqueologia tem uma longa história, que diz respeito ao seu processo de evolução. E é importante reconhecer o esforço de vários autores que contribuíram para o desenvolvimentorrttrt dos conhecimentos arqueológicos desde antiguidade até aos nossos dias. O importante é sublinhar que em relação os métodos que orientam o seu carácter científico asseguram a visão de que os conhecimentos arqueológicos continuam no seu processo dinâmico e  com a descoberta de novas metodologias sofisticados dos  seus estudos, ela vai cada vez mais no além   do seu processo de desmistificação das concepções da realidade do passado. 

            Biobliografia

1-Daniel, Glyn 1981 TOWARDS A HISTORY OF ARCHAEOLOGY. Great Britain: Thomes and Hudson Ltd.
2-Frédéric, Louis 1980 Manual Prático de Arqueologia. Lisboa: Coimbra-Livraria Almeida.
3-  http://www.infoplease.com/ce6/sci/A0856675.htm#ixzz1vI5X751N


[1] O trabalho de investigação realizado por Atanásio Fabrino Atanásio,  licenciado em Filosofia pela Catholic University of Easten Africa-Nairobi, e actual estudante do 1º ano do curso de Antropologia na Universidade Eduardo Mondlane.
[2] Informações extraídas do texto de apoio , sobre a introdução ao estudo da Arqueologia.
[3] Daniel, Glyn 1981 TOWARDS A HISTORY OF ARCHAEOLOGY. Great Britain: Thomes and Hudson Ltd.
[4] http://www.brasilescola.com/geolografia/historico-arqueologia.htm
[5] Ibd.
[6] Ibd
[7] Frédéric, Louis 1980 Manual Prático de Arqueologia. Lisboa: Coimbra-Livraria Almeida.

[8] http://www.infoplease.com/ce6/sci/A0856675.htm#ixzz1vI5X751N
[9] Ibd.
[10] Ibd
[11] http://www.brasilescola.com/geolografia/historico-arqueologia.htm
[12]Ibd.
[13]Ibd p.64
[14] Ibd p.64
[15] Ibd
[16] Ibd
[17] http://www.brasilescola.com/geolografia/historico-arqueologia.htm
[18] Estas informações foram extraídas no texto de apoio “elaborado e transformado por professor Hilário Madiquida, na Universidade Eduardo Mondlane, na faculdade de Letras e ciências sociais, no departamento de Antropologia e Arqueologia/2006.

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